Num dia desses de domingo tive a ideia de registrar todas as ideias que merecessem a dedicação de um tempo: tanto para pensá-las, quanto para registrá-las, incluindo executá-las (se possível for...), pois afinal quantas e infinitas ideias percorrem os seres a todo o momento e não efetivamente são realizadas, mesmo que um gigantesco potencial tenha a ideia idealizada.
Sendo assim estes imensuráveis ideais quando atravessarem a minha mente terão no mínimo um registro, minha parcela e ponto de vista sobre como poderia realizar o imaginário e fantasioso mundo das ideias.
E no meio desta ideia de registrar todas as ideias surgi outra ideia, que pude concretizá-la, e mais consagrá-la, pois a ideia me pegou de súbito durante a execução, portanto pensei enquanto deseja escovar os dentes, o porque não escova-los, mas não simplesmente, e sim efetivamente escova-los? Assim como se fosse a única e última coisa que deveria fazer.
Logo então fio-de-dente e escova além da pasta dental, já estavam a mão. Apressei-me em entrar ao banheiro, como quem ansiasse iniciar logo algo que desejou a muito atrás e aguardará demasiado tempo para realizar. Sendo assim me coloquei a conhecer cada cen-tí-me-tro da boca. Parecia um território nunca antes explorado com tamanha atenção...
Mais é claro! Antes não estava presente enquanto escovava, estava a pensar sobre o que faria a seguir - mas não agora, não mais! Naquele momento a ideia era estar ali, e ali estava eu, saboreando cada movimento.
Não só a sensação de limpeza me tomava sentido naquele ritual, mas pude reconhecer até nos movimentos das mãos e dos braços um porque naquilo tudo. Senti inclusive qual foi o impulso que moveu não só o homem que criou ferramentas, como a nossa atual escova dental, mas também senti como o primeiro macaco que desejou limpar seus dentes. Um ato primitivo, primário, uma necessidade fisiológica, a lógica seria então que já que precisa, precisa serei.
E fui, e continuarei tentando ser, precisa, presente e se possível for ainda contente e viva, além de Anna Bida nesta vida. :)
Assim como a vida... Improviso: experimentação e vivência. Um ponto de vista sobre o mundo.
domingo, 27 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
AMACIAR DUREZAS
Graveola e o Lixo Polifônico
e viveu uma semana
foi-se o ano, foi-se Ana
destinada a caminhar os seus passados lentos
sem trabuco, sem trambique
Ana ia com seu pique
seu destino a transitar, sertão cantiga e vento
ela foi um desacato, um descarrego
tantos regos
refletindo seus momentos, santos sentimentos
ela não podia crer nos deuses
Madre Pedra, Padre Zé
na lua viu jornadear
lua de sonho, lua de vida
por onde passei senti o seu destino
amargurado,
pequeno, coitado, calado, jorrado
seus mimos, seus sinos, seus anos passados.
na vida, amaciar dureza.
na vida, amaciar.
e viveu uma semana,
era Ana, eram anos
quanta vida enclausurada nesse mundo tempo
era a cor dos seus cabelos,
tantos erros, tantos zelos
vida a passar os momentos deglutindo ventos
ela só podia crer num deus
sai da igreja, resta a fé
jornadas viu sob o luar
sonho de lua, vida de lua
por onde passou, sentiu o seu destino
despedaçado
atado, vidrado, trincado, cortado
seus vícios, seus mortos, seus caminhos tortos
na vida, amaciar dureza
na vida amaciar...
foi-se o ano, foi-se Ana
destinada a caminhar os seus passados lentos
sem trabuco, sem trambique
Ana ia com seu pique
seu destino a transitar, sertão cantiga e vento
ela foi um desacato, um descarrego
tantos regos
refletindo seus momentos, santos sentimentos
ela não podia crer nos deuses
Madre Pedra, Padre Zé
na lua viu jornadear
lua de sonho, lua de vida
por onde passei senti o seu destino
amargurado,
pequeno, coitado, calado, jorrado
seus mimos, seus sinos, seus anos passados.
na vida, amaciar dureza.
na vida, amaciar.
e viveu uma semana,
era Ana, eram anos
quanta vida enclausurada nesse mundo tempo
era a cor dos seus cabelos,
tantos erros, tantos zelos
vida a passar os momentos deglutindo ventos
ela só podia crer num deus
sai da igreja, resta a fé
jornadas viu sob o luar
sonho de lua, vida de lua
por onde passou, sentiu o seu destino
despedaçado
atado, vidrado, trincado, cortado
seus vícios, seus mortos, seus caminhos tortos
na vida, amaciar dureza
na vida amaciar...
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Não, não é gripe
Sobre apaixonite aguda
começo a entender
Parece fina agulha
que injeta prazer no ser
Tudo se floreia de infinito
Que dá até medo do findar
Ainda bem que para tais sintomas há cura
Talvez quando este estado perdura
seja o momento de se entregar
deixar-se guiar
cuidar
por quem mais te amar
desejar
tanto quanto e muito e além
daquilo já provado
transcender mal e bem
Entende?
Depois da apaixonite
vai-se o 'ite'
em seguida a paixão
fica só o A
pra com ele escrever Amor
Chegar até ele
Destino final
Afinal
a estrada é longa,
trechos sem placas,
atalhos
encruzilhadas
e mesmo para os que possuem mapas
as vezes o cansaço impede ver
o caminho rumo ao inevitável:
A morada do ser
Amor a da-se
a si
a ti
Atim!
- Saúde! - ele respondeu...
- Não, não é gripe. É apaixonite.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Inspiração
"A revelação é apenas a descoberta de algo maior que já existe em nós mesmos, uma parte de nós que não ousamos penetrar - e que, entretanto, se permite experimentar o que não ousamos sentir. Nosso crescimento reside no fato de entar em contato e aceitar esta parte mais generosa de nós mesmos."
"O homem é parte da natureza. Todo ano, os elementos da natureza declaram guerra contra si mesmo, o inverno luta contra as forças da primavera, e isto é tão destruidor como guerras humanas (...) Aqueles que lutam por uma paz eterna são como jovens poetas que não querem que a primavera termine nunca. Um homem precisa lutar por suas ideias e por seus sonhos, porque isto também é parte do que Deus colocou no planeta"
Kahlil Gibran
Sei lá é o nome disso...
Tem um poema que me faz lembrar do outro
O outro que habita em mim
E não me deixa assim ficar só
Me sinto um só
mas ambos sabemos que sendo um
seriamos como um girassol que brilha a noite inteira.
Devagando, andando, transcendendo...
Ele me atingiu com sua realidade, sua verdade, sua versão da palavra
Logo o alvo, o ponto, a chave
E com isso meu universo dilui...
Como quem arranca a voz rouca do mudo, foi-se minha versão da palavra
Logo o alvo, o ponto, o eu
E com isso meu referencial dilui
Como quem arranca a mascara elegante de carnaval, foi-se minha versão da palavra
Logo o alvo, o ponto, a luz
E com isso meu ego dilui
Como quem arranca o coração pulsante do peito, foi-se minha versão da palavra, minha verdade, minha realidade e com isso atingi O SER.
Anna Bida
10/08/2012
Passei pelo passado e eis aqui as marcas...
Hoje acordei emendada
mergulhada
inundada
afogada
ainda nos sentimentos que tinha antes de dormir.
Estes provocados pela sua ligação, ouço antes de você desligar, rios de informações
emoções
sensações
um caos dentro de mim!
Ainda estou neste vendaval de sentimentos, que portam seu cheiro e deixam a nostalgia no ar.
Saudade de um tudo que passou, com alívio frescor de ter feito tudo que podia
enquanto podia
e feito com muito amor.
E entendo só agora que meu limite chegou.
Ainda preciso e quero tal amor,
mas experimentá-lo num carinho sem rancor.
E tenho este querer latente,
que começo a realizar na mente
e reconhecê-lo como meu possível ideal,
que através das escolhas e encontros que tiver
sinto que se tornará real.
afinal
não posso considerar banal
aquilo que minha'lma sugere ser fundamental
para ter plenitude
mesmo em meio ao sofrimento.
Anna Bida
02/03/2012
Impermanente beleza
Você
planta arte na minha primavera
Reconhece o terreno?
Sem
mapas, sem laços, nem nomes
nômade
Como a liberdade do vento que ampara o voo sereno da coruja...
Como
quem passa
passando
passado
Mesmo
que doa entendo seu trânsito efêmero
Portanto, controlo o desejarte, que é proporcional ao silêncio...
Enquanto
aguardo as sementes da vida brotar
Pra
nascer arte, no amanhecer de toda estação.
(ou não).
(ou não).
É
revolta sim o meu silêncio!
Combater
Para
o amor bater
Firme
na pulsação
O
fruto disso, não é sacrifício, é sacro ofício, é arte, silêncio e imensidão.
Anna Bida
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