Sem o contraste
A fumaça branca fica imperceptível.
É preciso que a noite escura venha, para que ela brilhe sobrepondo-se no intenso fundo escurecer.
Sem a boca
O verbo verdadeiro fica imperceptível.
É preciso que um olhar atento venha, para que ele brilhe sobrepondo-se no sutil gesto de amor.
Sem a mão
O ato iluminado fica imperceptível.
É preciso que uma alma presente venha, para que ele brilhe sobrepondo-se no singelo pensamento positivo.
Sem a mãe
A experiência divina fica imperceptível.
É preciso que o amor transcendental venha, para que ela brilhe sobrepondo-se no humilde querer viver.
Sem a paquera
A intimidade saborosa fica imperceptível.
É preciso que o interesse pelo outro venha, para que ela brilhe sobrepondo-se na vontade de achar-se naquele.
Sem a promessa
A angústia espera fica imperceptível.
É preciso que o desejo de dominar vá, para que ela brilhe sobrepondo-se na certeza do cumprir dever.
Anna Bida
11 de Junho de 2011