segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Resignifico

Resignifico
tornando o finito
em magnifico
Sacralizar o pensar
Personificar o/ou imaginar
Imagina o impossivel,
visto pelo cego viajante do tempo sem o espaço
pois onipresente ciente ele está
sabe materializar a divindade de ser o que o Eu sou é,
né?
antes era:
não é?
Agora é:
eterno presente.

Reconhe?
Você me reconhece?
E conhece a ti mesmo ao mesmo tempo?
Conhece a contento
tentando não errar?
Ou sabe que o erro de fato não existe?
Ele persiste só na teoria do merecimento,
ensinamento dual:
certo ou errado
bem e mal

Concluindo
Intuindo
indo de acordo com a Consciência mãe,
digo filha que sou,
errante e humana,
que com amor e perdão não há erro,
fruto da ausência de Deus em nós.

Anna Bida

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Reencontro

O belo elfo mascarado me recepciona com um sorriso, diz ele:
 - Seja bem vinda!
Foi quando aproximei dele que realizei:
 - Não é um elfo, é ele que a muito tempo não via!

Duvidei a principio da familiaridade, talvez por que ele não me reconhecerá, ou pela improbabilidade deste (re)encontro, mas quanto mais o admirava, mais o reconhecia.

Depois deste encontro pouco ocorreu apesar de uma plena felicidade invadir meu ser por tê-lo (re)visto. E crescia lentamente um desejo de reencontrá-lo.

Apesar de se apresentar por outro nome, ainda carregava a essência de longinquo tempo, momento este que nem a memória e a lembrança terrena não guardavam mais.

Só sabia que era um reencontro porque meu coração gritava seu outro nome, mas meus ouvidos incapazes de decifrar, traduzir e nem ao menos assimiliar, não captavam o que representava reouvi-lo, re-senti-lo.

Sentido? Nenhum faz! para as mentes incredulas dos mistérios da alquimia da vida... aqueles que não se entregam a paixão, também não entenderiam. Até eu que sabendo (consciente ou não) fico confusa com o ocorrido, pois uma raridade complexa se passou, tão depressa que não houve tempo para compreendê-la em sua imensidão.

Todavia a magia ocorreu, e entre mil, milhões de seres, células, átomos, um reencontro de eras atrás, se refaz, imitando os ciclos, ou até as aspirais.

Eu invento motivos para amar



Procuro uma desculpa,
como quem arrebatido pelo desejo de dançar
inventa sua própria música pra bailar
eu invento motivos para amar

Ontem mesmo era você,
sua pele e teu sopro
Hoje é meu próprio rosto
retentando me amar
me reinvento
para a contento
atender-me
respirar-me

Ar ardido é o vento da mudança
                   e recaindo na dança
repito-me
desejando dançar
invento minha própria música pra bailar
eu invento motivos para amar

domingo, 27 de janeiro de 2013

Caderno de ideias

Num dia desses de domingo tive a ideia de registrar todas as ideias que merecessem a dedicação de um tempo: tanto para pensá-las, quanto para registrá-las, incluindo executá-las (se possível for...), pois afinal quantas e infinitas ideias percorrem os seres a todo o momento e não efetivamente são realizadas, mesmo que um gigantesco potencial tenha a ideia idealizada.
Sendo assim estes imensuráveis ideais quando atravessarem a minha mente terão no mínimo um registro, minha parcela e ponto de vista sobre como poderia realizar o imaginário e fantasioso mundo das ideias.
E no meio desta ideia de registrar todas as ideias surgi outra ideia, que pude concretizá-la, e mais consagrá-la, pois a ideia me pegou de súbito durante a execução, portanto pensei enquanto deseja escovar os dentes, o porque não escova-los, mas não simplesmente, e sim efetivamente escova-los? Assim como se fosse a única e última coisa que deveria fazer.
Logo então fio-de-dente e escova além da pasta dental, já estavam a mão. Apressei-me em entrar ao banheiro, como quem ansiasse iniciar logo algo que desejou a muito atrás e aguardará demasiado tempo para realizar. Sendo assim me coloquei a conhecer cada cen-tí-me-tro da boca. Parecia um território nunca antes explorado com tamanha atenção...
Mais é claro! Antes não estava presente enquanto escovava, estava a pensar sobre o que faria a seguir - mas não agora, não mais! Naquele momento a ideia era estar ali, e ali estava eu, saboreando cada movimento.
Não só a sensação de limpeza me tomava sentido naquele ritual, mas pude reconhecer até nos movimentos das mãos e dos braços um porque naquilo tudo. Senti inclusive qual foi o impulso que moveu não só o homem que criou ferramentas, como a nossa atual escova dental, mas também senti como o primeiro macaco que desejou limpar seus dentes. Um ato primitivo, primário, uma necessidade fisiológica, a lógica seria então que já que precisa, precisa serei.
E fui, e continuarei tentando ser, precisa, presente e se possível for ainda contente e viva, além de Anna Bida nesta vida. :)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

AMACIAR DUREZAS

Graveola e o Lixo Polifônico


e viveu uma semana
foi-se o ano, foi-se Ana
destinada a caminhar os seus passados lentos
sem trabuco, sem trambique
Ana ia com seu pique
seu destino a transitar, sertão cantiga e vento
ela foi um desacato, um descarrego
tantos regos
refletindo seus momentos, santos sentimentos
ela não podia crer nos deuses
Madre Pedra, Padre Zé
na lua viu jornadear
lua de sonho, lua de vida
por onde passei senti o seu destino
amargurado,
pequeno, coitado, calado, jorrado
seus mimos, seus sinos, seus anos passados.
na vida, amaciar dureza.
na vida, amaciar.
e viveu uma semana,
era Ana, eram anos
quanta vida enclausurada nesse mundo tempo
era a cor dos seus cabelos,
tantos erros, tantos zelos
vida a passar os momentos deglutindo ventos
ela só podia crer num deus
sai da igreja, resta a fé
jornadas viu sob o luar
sonho de lua, vida de lua
por onde passou, sentiu o seu destino
despedaçado
atado, vidrado, trincado, cortado
seus vícios, seus mortos, seus caminhos tortos
na vida, amaciar dureza
na vida amaciar...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Não, não é gripe


Sobre apaixonite aguda
começo a entender
Parece fina agulha
que injeta prazer no ser

Tudo se floreia de infinito
Que dá até medo do findar
Ainda bem que para tais sintomas há cura
Talvez quando este estado perdura
seja o momento de se entregar
                      deixar-se guiar
                                 cuidar
por quem mais te amar
                     desejar
tanto quanto e muito e além
daquilo já provado
transcender mal e bem

Entende?
Depois da apaixonite
vai-se o 'ite'
em seguida a paixão
fica só o A
pra com ele escrever Amor
Chegar até ele
Destino final
Afinal
a estrada é longa,
trechos sem placas,
atalhos
encruzilhadas
e mesmo para os que possuem mapas
as vezes o cansaço impede ver
o caminho rumo ao inevitável:
A morada do ser
Amor a da-se
                a si
                a ti
               Atim!
                - Saúde! - ele respondeu...
                - Não, não é gripe. É apaixonite.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Inspiração


"A revelação é apenas a descoberta de algo maior que já existe em nós mesmos, uma parte de nós que não ousamos penetrar - e que, entretanto, se permite experimentar o que não ousamos sentir. Nosso crescimento reside no fato de entar em contato e aceitar esta parte mais generosa de nós mesmos."

"O homem é parte da natureza. Todo ano, os elementos da natureza declaram guerra contra si mesmo, o inverno luta contra as forças da primavera, e isto é tão destruidor como guerras humanas (...) Aqueles que lutam por uma paz eterna são como jovens poetas que não querem que a primavera termine nunca. Um homem precisa lutar por suas ideias e por seus sonhos, porque isto também é parte do que Deus colocou no planeta"

Kahlil Gibran